segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Diário de design "Projeto sem Nome" ─ dia 2

Poster do filme com Gerard Depardieu
Acabei de ver Cyrano de Bergerac, um épico do cinema francês, e estou aqui chorando feito uma menininha agora com a cena final. Mas para além de ser um excelente filme, Cyrano me ensinou algumas coisas sobre o período histórico que quero abordar que me serão preciosas no decorrer desta jornada.

O que mais me chamou a atenção no filme foi, claro, o romantismo. O amor romântico enquanto construção social atingiu seu auge durante a Renascença, e nunca mais saiu de moda desde então, e o romance, portanto, é importante em qualquer consideração que se escreva sobre o assunto. Ainda não tenho certeza como vou trabalhar o conceito durante o livro, mas tentarei descrever em regras algumas situações românticas, como uma serenata de amor.

A dicotomia do poeta-espadachim também me parece importante, Cyrano não é um personagem carismático por causa de seu narigão ou da sua habilidade impar com a espada ou de sua eloquência com as palavras, mas pelo conjunto que essas características formam. Acho que isso vai me permitir criar personagens mais interessantes para a aventura, e também escrever algumas dicas para os leitores criarem seus próprios personagens.

Essas duas lições me serão importantes para pensar (ou repensar, se for ocaso) a história da aventura e do cenário a partir daqui. E por falar em cenário devo dizer que  algo que já acreditava ficou mais sólido na minha mente com esse filme: o cenário deve estar lá, mas certos elementos dele só passam a ser importantes quando a história precisa deles. Durante quase uma hora de filme você poderia acreditar que Paris estava em paz, mas quando algo para balançar a história se fez necessário ficamos sabendo que tem uma guerra rolando entre França e Espanha. Isso é verdadeiro para qualquer cenário, de Arton a Immoren, do Brasil a França.

Para terminar, hoje a noite devo pegar uns livros na biblioteca da UDESC para começar a pesquisa histórica do período, e devo aproveitar para pegar também uns livros sobre a formação do amor romântico na sociedade moderna, que é um tema que devo dominar. E vocês, já viram o filme? Têm mais alguma coisa a acrescentar? Sintam-se livres para encher o saco, como sempre. :)

Ah, e antes que me esqueça, Cyrano é personagem real, cês podem conferir o artigo da wikipédia sobre ele aqui. A vida do espadachim-poeta francês do século XVII que se envolveu em mais de mil duelos (e venceu todos) também é narrada em livros, peças de teatro e mais de um único filme. A versão que vi foi esta do poster acima com Gerard Depardieu.

5 comentários:

  1. Não conhecia esse filme e agradeço muito por indicar. Achei muito interessante a história do personagem. O conceito Espadachim-Poeta é extremamente cativante, mil idéias passaram pela minha cabeça ao ler esse termo. Boa sorte com o projeto Nume. Desejo sucesso!

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  2. Leia sobre Hefesto. Sempre vi um paralelo muito claro entre o deus grego e o medo de Cyrano ser rejeitado por Roxane. Bem como os dois expressarem-se com o belo como uma forma de compensar o que lhes é feio.

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  3. Excelente referência! Legal ver um autor se dedicando de verdade!

    Pesquise também sobre poesias de "amor cordial", na literatura clássica, são a raíz desse clima romantico do Renascentismo, talvez te ajude.

    Não se esqueça também na total quebra de tradições com o medievalismo, reforce a questão do "antropocentrismo" e talz!

    E continue com o ótimo trabalho!

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  4. Grande Nume, abrindo referencias e discutindo a criação, isso é especial, está de parabéns!

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  5. @Bob, o Cyrone é o tipo de bardo que ninguém quer enfrentar! :)

    @CF, eu conheço a história de Hefesto, mas de uma forma mais geral, vou dar uma olhada mais profunda quando for possível. Valeu, CF!

    @Bernardo, poesias de "amor cordial", hein? Anotado! E a literatura que estou vendo fala muito do antropocentrismo, não tem como ignorar, né? :)

    @Phil, valeu meu querido, espero que você continue acompanhando o trabalho aqui, um abraço!

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